terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Bronca no PS/Cartaxo: Paulo Varanda fora das directas


Participaram nas eleições directas do PS/Cartaxo um total de 155 militantes, num universo de 232 que tinham condições legais para o fazer. Pedro Magalhães Ribeiro obteve 147 votos, houve seis que votaram no nome de Paulo Varanda e dois optaram pelo voto em branco.
Recorde-se que, pouco antes de se iniciar a votação, o actual presidente da Câmara, Paulo Varanda, emitiu um comunicado no qual dizia não participar nestas eleições directas. No entanto, o seu nome manteve-se nos boletins de voto.
Este acto eleitoral teve como objectivo a escolha do candidato do PS à presidência da Câmara nas próximas eleições autárquicas. Paulo Varanda e Pedro Magalhães Ribeiro haviam informado oficialmente o partido de que estavam interessados em assumir essa condição, pelo que, de acordo com as novas regras, havia que pôr o assunto à consideração dos militantes, através de eleições internas. 
No entanto, Paulo Varanda decidiu não levar o seu nome à apreciação dos militantes por considerar que o processo lhe foi "deliberadamente omitido"´e que não recebeu qualquer informação da parte da concelhia sobre o processo e o calendário.Mas, curiosamente, refere no comunicado ser ele o "candidato a cabeça de lista do Partido Socialista às próximas eleições autárquicas".
Paulo Varanda assume partilhar da indignação dos militantes socialistas que subscreveram uma tomada de posição crítica em relação à concelhia que terá "violado o espírito de boa-fé que deve nortear toda a acção política, seja dentro, seja fora do PS". Mais à frente confessa não compreender os motivos que levaram a concelhia a "recusar o pedido" do Secretário Geral do Partido Socialista para que adiasse o ato eleitoral permitindo a participação dos militantes.
De forma que em face de tudo isto, diz que "não está disponível para legitimar com a sua participação um acto de votação que é por muitos considerado uma fraude que resulta de esquemas mafiosos assentes em sindicatos de voto, e que conduzirá a um resultado que é conhecido por antecipação. Sobretudo se for tida em conta a experiência em expedientes de secretaria e em golpes de teatro como aqueles a que se assistiu nas últimas eleições para a estrutura concelhia".
Para Paulo Varanda, a persistência da concelhia neste processo e neste calendário "vem demonstrar a obstinação dos seus dirigentes em concretizar a escolha de um candidato do PS a Presidente da Câmara do Cartaxo, independentemente da vontade dos militantes em participarem no processo, levando a concluir que a estrutura utilizou os seus meios a favor de um grupo, seguindo intransigentemente uma estratégia de ruptura com qualquer tentativa de conciliação que permitisse acrescentar transparência ao processo", o que entende não ser prática no PS.
O autarca pede a intervenção no processo do Presidente da Federação Distrital e do Secretário Geral do Partido Socialista, para que "desenvolvam todos os esforços no sentido de corrigir o grave atropelo à democracia" que entende ser o processo de realização de directas.


Processo polémico
Esta decisão de Paulo Varanda é o culminar de uma série de episódios de contestação em relação à forma como decorreu este processo. Um deles teve a forma de um documento no qual os presidentes de Junta acusavam a concelhia de estar a ser levada a cabo uma tentativa de assassinato político de Paulo Varanda. Também houve uma carta dirigida ao secretário-geral, pedindo a sua intervenção para adiar as eleições, de forma a que todos os militantes que quisessem, pudessem votar. Em causa estão as novas regras estatutárias que põem como condição para votar que os militantes tenham as quotas pagas 30 dias antes do acto eleitoral. Estes contestatários alegam que as eleições foram marcadas com uma antecedência inferior a esse prazo, pelo que não houve tempo para que os interessados pudessem pagar as suas quotas, o que levou a que muitos se vissem impedidos de exercer o direito de voto.
Da parte da concelhia, contesta-se estas alegações e diz-se que tudo foi feito de acordo com as regras. O seu presidente, Pedro Magalhães Ribeiro, garante que se limitou a cumprir as regras internas que "foram feitas a nível nacional e são válidas para todo o país". Para além disso, refere que em diversas reuniões com militantes esclareceu-os sobre os novos regulamentos, as suas regras e os calendários que impõem. Para além de que, desde 28 de Outubro, sabiam ser ele próprio candidato a candidato da presidência da Câmara pelo PS. Essa informação terá sido prestada pelo próprio na reunião da Comissão Política realizada nesse dia. A partir daí, alega, e tendo em conta que Paulo Varanda também queria ser indicado pelo partido, os militantes ficaram informados que iriam ter de ir para directas, e tinham tempo para pagar as suas quotas e assim poder votar.

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1 comentário:

  1. "Um deles teve a forma de um documento no qual os presidentes de Junta acusavam a concelhia de estar a ser levada a cabo uma tentativa de assassinato político de Paulo Varanda."

    Ir aqui: http://www.radiocartaxo.com/index.php?noticia=3030

    Fazer download do documento: Descontentes 1
    Abrir o documento. Clicar em Ficheiro e ir até Propriedades. Depois procurar aí a seguinte informação: Autor - Paulo Varanda

    Pois é, não foram os presidentes da juntas que acusaram a concelhia, foi o próprio Paulo Varanda. Os outros só alinharam no esquema numa tentativa de manter os tachos.

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