sábado, 7 de junho de 2014

Não há dinheiro que pague os sacrifícios que temos de fazer

Esta história de ser presidente de Câmara dá mais trabalho e ocupa-nos mais tempo do que parece à primeira vista. O dia-a-dia  é ocupado de manhã à noite com reuniões com os técnicos, com os vereadores, com gente que vem pedinchar qualquer coisa. Com viagens a Lisboa para tentar convencer o presidente da CCDR, os ministros, os secretários de Estado, os directores-gerais e até quase  os porteiros  dos ministérios a ajudar-nos a resolver a montanha de problemas que temos. Isto de segunda a sexta-feira. Depois, ao fim-de-semana, há que andar a correr de freguesia em freguesia, de festa em festa, de associação em associação, em merdas que não valem um caralho. Mas se falhar a uma que seja, tenho os gajos a perna, nunca mais me vão perdoar por não ter aparecido e, obviamente, dexo de contar com umas boas dúzias de votos.
De forma que não tenho praticamente tempo nenhum para a família. O que e óptimo. Assim tenho desculpa para não ir as compras com a Magda, a minha mulher. Para não ajudar o meu puto, o Fernando, com os trabalhos de casa e, dessa forma, não colocar a nu a minha completa ignorância em relação à maior parte do que agora ensinam na porra das escolas. De não ter de ouvir as lições de moral da minha filha que é contra todas as injustiças do mundo e arredores.
Visto por este prisma, os meus primeiros tempos como presidente de Camara têm sido óptimos. A parte má e ter de ser simpático e de  sorrir para todos os meus potenciais eleitores. E, sobretudo, de ter de beijar o raio de todas as velhas que me aparecem pela frente.  Não há dinheiro que pague os sacrifícios que um presidente de Câmara tem de fazer!

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